Posted: sexta-feira, 23 de julho de 2010 by Monty Cantsin in
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Comunicamos o incomunicável,
esbanjamos o que sempre falta,
duplicamos o já duplicado,
fragmentamos a metade do meio
mas mesmo assim ainda sobra um pouco de espaço,
sobra tempo para uma música, uma dança,
sobra o tempo da criança,
sobre as costas do adulto
sombra e água, fresca brisa,
um botão de rosa na camisa,
a forca aos inocentes
e ouro ao rei do nada,
ao homem de lugar nenhum a foice,
ao sábio o que é mundano,
e ao mundo o que é do mundo,
tudo em seu devido lugar.

Na corda do relógio,
os ponteiros da incerteza,
no amplo espaço do tempo
as fases da demência,
aos tolos o que é dos tolos,
ao mundo o que é do tempo,
ao tempo o que é do louco,
ao sábio o que é do pouco,
ao muito o que é do nada,
aos poucos, o que enlouquece
enobrece a vida,
aos muitos nada entardece,
nunca é dia de inverno.

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