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Posted: quinta-feira, 25 de agosto de 2011 by Monty Cantsin in
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Se quiseres concordar não diga sim

não tente discordar meneando a cabeça de um lado a outro freneticamente,

apenas impeça que a boca dispare palavras sem face,

rumores descompassados, frágeis e desalinhados pensamentos

que culminam a ponto algum, perdem-se na leveza dos dizeres profanos,

na demência dos altos e baixos.


Não tente culpar-se ou apontar seu dedo torto ao norte de suas fraquezas,

no fim das contas seu ímpeto é corrosivo, sua leviandade é habitual

e seu bom senso... ocasional, sem forma e sem necessidade, fraco.


Se quiseres mentir aprenda primeiro,

não basta sorrir e dizer, não basta ser apenas palavra ou gesto comum,

não basta dizer que não mente,

a omissão não transforma e a palavra não cura, o não dito tortura e sem eira nem beira

se aloca no fundo de um ponto sem fim.


Não tente fingir em demasia, a alma cansa, o rosto fica corado,

não tente fugir sem ao menos deixar uma nota, um último adeus,

um bilhete por baixo da porta.

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Posted: terça-feira, 9 de agosto de 2011 by Monty Cantsin in
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Prometi que não me importaria mais tanto,

que não me preocuparia demais, que ao menos uma vez na vida deixaria estar

mas não posso.

Que não sentiria tanto quanto sinto ou omitiria um tanto aflito aquilo que me incomoda um pouco e muito... e como incomoda.

Que negaria ao sentir a sensação, ao bem estar padrão a ironia, o sarcasmo,

mas não quero,

não mais me escondo de mim quando deveria me esconder, não mais.

Me engano,

como me engano... propositalmente, auto tortura com gosto de anis.

Prometi que não me entregaria muito,

não tanto quanto antes, pouco a pouco num sadismo raso de mim, sem fim,

sem qualquer lógica ou moral, sem protocolos ou amarras cotidianas.

Prometi não ficar mais esperando, mas cá estou,

contando cada segundo, esperando surgir na janela um beijo, um ponto final

que acabe de vez com o farto marasmo, a escolha incorreta, o receio de um não.