Posted: sexta-feira, 9 de abril de 2010 by Monty Cantsin in
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Houve um dia em que tudo o que eu mais queria era estar ao seu lado,
mas este dia passou,
veio a chuva forte, um inverno dos mais frios, o sol se escondeu, as nuvens passaram a desenhar coisas desajustadas, formas abstratas demais e então a terra virou lama,
as ruas tornaram-se rios e os rios oceanos.
O tempo já não era assim mais tão precioso quanto foi outrora,
a vida cotidiana passou a ser mais entediante que nunca e não importavam mais os dez mil ao meu lado já que algumas vezes apenas uma já é suficientemente importante, melhor que multidões... os mais solitários são aqueles cercados de pessoas por todos os lados.
Houve um dia em que tudo o que eu menos queria era estar ao seu lado,
mas este dia também passou, assim como são os dias, como são as vontades e necessidades, esgotáveis, limitadas, reflexos de nossa exaustão no lago de nossas inconsistências banais.
Este dia passou despercebido, envergonhado por assim dizer, rastejando para o próximo que se repetiu de alguma forma, mais claro desta vez, ensolarado como a muito não acontecia, o ideal da família perfeita num dia de domingo, propicio a passeios pelo parque e visitas aos ancestrais.

Houve um dia em que tudo o que eu mais queria era estar ao seu lado, mas a inconstante de minhas decisões me levou ao oposto de minha necessidade e inconscientemente acabei fazendo o oposto do que deveria fazer, e quando não mais queria resolvi tentar novamente, terrível engano que me agasalha de tempos em tempos, quando chega o frio, quando chega o dia em que tudo o que eu mais quero... é estar ao seu lado.

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